quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uma garota apenas


Esses dias estava esperando o ônibus e uma jovem sentou-se para aguardar a sua condução também, percebi que ela não estava em seu estado normal, seus olhos estavam marejados por lagrimas que rolavam de seu rosto insistentemente.

Percebi que ela estava sofrendo muito, suas roupas nada condizentes com as de uso normais, denunciavam a vida que ela levava, vi em seus braços marcas de violência, seu olhar assustado me intrigou muito.

Até que finalmente ela puxou conversa comigo, perguntou-me se eu era da cidade, logo após ameaçou se matar, olhava para todos os lados com ar de medo e pavor, vi que ela estava fora de sí, não dizia coisa com coisa.

Quando a mesma se acalmou, passamos a conversar sobre coisas da vida, perguntei o porque de tanto medo, então ela começou a contar a sua história.

Disse-me que era de longe, veio para o Rio para sair de uma vida de violência doméstica e estupros sucessivos por parte de seu padrasto.

Fugiu de casa com a esperança de encontrar no sudeste dias melhores, mas o que alcançou foram sucessivas desgraças, sua aparência bela escondia uma garota totalmente confusa e carente.

Fragilizada chorou compulsivamente, tentando entender como chegou a esta situação, suas lagrimas me comoveram, eu a aconselhei, mostrei o caminho através das Escrituras Sagradas, visando que a mesma encontra-se o verdadeiro caminho que irá com certeza mudar a sua vida.

Ela confessou sentir-se em paz ao descobrir o grande amor de Deus e que a sua presença ali naquele ponto de ônibus não foi em vão, agora com um sorriso nos lábios disse-me que um dia eu a veria novamente, só que a veria totalmente transformada por Deus.

Sua condução havia chegado e como se partisse para sempre me disse: Até qualquer dia" Eu me despedi e disse: "Até mais ver".

No fundo espero que ela refaça a sua vida e que saia deste sofimento pois por fora todos viam uma proistituta, mas eu via "uma garota apenas".

O Sacerdote.

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